
Depois da jornada de sábado, em que já se disputaram duas corridas – Abarth 500 e CNV – que
ditaram os dois primeiros vencedores – José Pires e os irmãos de Val, respetivamente – no Domingo o
programa prosseguiu com as duas corridas dos Single Seater Series e as que restava fazer do CNV e
Abarth 500.
Com a temperatura a subir ligeiramente, também o calor da competição aumentou e qualquer das
corridas do programa foi bem animada. Na primeira dos Single Seater Series, luta até à última volta
entre Gonçalo Inácio e Tiago Raposo Magalhães, com vitória deste último; No CNV – naquela que
talvez tenha sido a melhor corrida do ano até agora - a dupla José Pedro Fontes / Miguel Barbosa,
impôs-se a Gonçalo Araújo e aos irmãos de Val, depois de muitas voltas de incerteza quanto ao
vencedor, que apenas foi conhecido sobre a meta. Na segunda dos Abarth o triunfo foi para Nuno
Cardoso e a encerrar o programa, foi de novo Tiago Raposo de Magalhães quem venceu a corrida nos
Single Seater Series (FZ).
Dupla jornada interessante, com o CNV a destacar-se em termos de competitividade, esperando-se
que tudo continue igualmente interessante já no próximo encontro, marcado também para o AIA no
primeiro fim de semana de Setembro.
CAMPEONATO NACIONAL DE VELOCIDADE
A corrida do Campeonato Nacional de Velocidade realizada ao início da tarde deste Domingo no AIA foi
talvez a mais espectacular do ano. No momento em que os pilotos arrancaram para a volta de
apresentação, Pedro Salvador ficou parado na grelha, sendo por isso obrigado a arrancar da via das
boxes.
Nicola de Val tirou o melhor partido da pole position e liderou na fase inicial, enquanto atrás de si
começavam as trocas de posição entre Francisco Abreu, Miguel Cristovão e Miguel Barbosa. O piloto
de Tomar deu ainda na fase inicial da corrida um ligeiro toque no carro de Miguel Barbosa, que ficou
com a frente danificada. José Pedro Faria faz um pião e obriga à entrada do safety car que reagrupa o
pelotão e permite a Pedro Salvador chegar ao grupo da frente, ele que rodava já no quinto lugar. No
recomeço da corrida Miguel Cristovão assume o comando, enquanto Salvador passa Barbosa e pouco
depois faz o mesmo a Francisco Abreu, subindo para terceiro. Nesta manobra os dois pilotos tocam-se
e Abreu perde algum tempo.
A corrida entrou depois em tempo de troca de pilotos e no final desta operação José Pedro Fontes, que
tinha ocupado o lugar de Miguel Barbosa, surgia na frente da corrida. Os irmãos de Val foram
penalizados com um “drive through” e cairam para terceiro, deixando a perseguição ao líder nas mãos
de Gonçalo Araújo. A cerca de 10 minutos do final a corrida parecia estar resolvida e foi então que de
repente tudo mudou. José Pedro Fontes passou a debater-se com problemas no carro, entrava em safe
mode, enquanto Araújo tinha dificuldades com a caixa de velocidades. As trocas de posição entre os
dois foram uma constante nas derradeiras voltas, sendo que na última Araújo voltou para o comando
no final da recta, perdendo depois essa posição quatro curvas do final.
Naturalmente que depois de uma corrida assim José Pedro Fontes estava muito contente. “Já não me
lembro de ter uma corrida assim. Cheguei a pensar que não iria terminar, mas aos poucos convencime
que ia ser assim até ao final. Quero dar aos parabéns ao Gonçalo que foi um adversário muito
leal e sobretudo a toda a equipa pelo fantástico trabalho do fim-de-semana. Ontem perdemos uma
vitória quase certa devido a um erro meu, mas hoje confirmámos o bom andamento”, explicou
Fontes. Por seu lado Miguel Barbosa estava igualmente contente, ele que teve um início de corrida
algo preocupante. “Depois do toque do Cristovão, que talvez não me tenha visto, a frente ficou solta
e a minha preocupação era que ficasse a roçar no pneu e acabasse por furar. Depois o Zé Pedro fez
um excelente turno e este é o corolário do bom trabalho feito ao longo do ano”, referiu.
Gonçalo Araújo e Miguel Cristovão terminaram a corrida no segundo lugar, enquanto Stefano e Nicola
de Val fecharam o pódio. Entre os GT a vitória ficou para António Nogueira e António Coimbra.
TROFÉU ABARTH 500
Depois de ontem a corrida do Troféu Abarth 500 ter tido um final algo atribulado, hoje a luta pela
vitória acabou cedo. Nuno Cardoso arrancou da pole position e depois de alguns erros na fase inicial,
devido a algumas falhas de concentração, acabou por aproveitar a luta que se instalou atrás de si para
forçar o ritmo, fazendo entretanto a volta mais rápida da corrida. A vantagem foi-se dilatando até aos
mais de 12 segundos no final da corrida. “Arranquei bem, mas na fase inicial voltei a falhar algumas
passagens de caixa, fruto de algum nervosismo ainda resultante do que se passou ontem. Percebi
que atrás de mim eles estavam em luta e forcei o andamento acabando nessa fase por fazer a volta
mais rápida e ganhar um avanço que me permitiu depois gerir a corrida até ao fim. Foi pena ter
perdido a corrida de ontem, pois no ano passado fui campeão sem ter conseguido ganhar as duas
corridas no mesmo fim-de-semana e aqui tive uma boa oportunidade para isso”, declarou no final
Nuno Cardoso.
A batalha pelo segundo lugar começou por envolver José Carlos Pires, Rui Santos e Nuno Pontes, mas
logo à segunda volta o vencedor de ontem ficou de fora depois de perder uma roda. Assim, a luta ficou
apenas a dois, mas na parte final Pontes atrasou-se e terminou apenas em quinto. Desta forma
emergiu Francisco Rodrigues que fechou o pódio e Bernardo Gonzalez que foi quarto e que assinou no
Algarve o melhor resultado do ano até ao momento.
SINGLE SEATER SERIES
Como se perspectivava depois da luta entre Tiago Raposo de Magalhães e Gonçalo Inácio ao longo dos
treinos cronometrados, a primeira corrida dos Single Seater foi espectacular. Rapidamente os dois
primeiros ficaram longe de toda a gente e proporcionaram talvez a melhor corrida do ano até ao
momento nesta competição. As trocas de posição foram uma constante e a corrida só se resolveu na
última volta, quando Gonçalo Inácio ficou parado com uma transmissão partida.
Com isso, Jorge Borges e Gonçalo Jordão, que juntamente com Diogo Oliveira de Sousa propocionaram
uma animada batalha pelo terceio posto, acabaram por subir os dois ao pódio. “Foi uma corrida
espectacular, talvez das melhores do ano”, começou por dizer Tiago Raposo de Magalhães. “Quero
dar os parabéns ao Gonçalo (Inácio) por esta bela corrida e tenho pena que tenha desistido, porque
merecia ter vindo ao pódio. Eu era mais rápido nas zonas mais rápidas, mas ele passava nas zonas de
curvas de segunda, pois a minha era muito longa e na saída perdia andamento” concluiu Raposo de
Magalhães.
Nas várias classes vitórias para Fernando Mayer Gaspar na Tuga, João Paulo Matos na FK70, Fernando
Gaspar na FK80 e Pedro Charais na FVP.
A fechar o programa do fim-de-semana no AIA realizou-se a segunda corrida dos Single Seater. Desta
vez houve menos história. Apesar de Gonçalo Inácio ter largado da frente, rapidamente Tiago Raposo
de Magalhães ascendeu ao comando e começou a ganhar vantagem, até porque o seu rival se debatia
com problemas de travões.
Até ao final foi “quase” um passeio para Magalhães, enquanto Gonçalo Inácio se envolveu numa
interessante luta com Gonçalo Jordão pelo segundo posto. Inácio acabou por levar a melhor com uma
ultrapassagem na última volta. “Desta vez não tenho muito a dizer. Apenas quero agradecer à minha
equipa que me deu um carro fantástico. Eu passei para a frente no mesmo sítio da manhã. Ele ainda
veio comigo, mas ao fim de um volta começou a ficar para trás”, resumiu o vencedor.
Nas restantes categorias João Paulo Matos, Fernando Gaspar e Pedro Charais repetiram vitórias, ao
passo que na classe Tuga não houve vencedores, uma vez que os dois participantes não terminaram a
corrida.


